RESUMO Este artigo apresenta uma análise discursivo-crítica das representações de raça em quatro coleções de livros didáticos (LD) de Espanhol para o Ensino Fundamental: ¡Adelante! (2002), Saludos (2008), Ventana al español (2011) e Contraseña (2015), todas já utilizadas em escolas de Florianópolis/SC. A análise compreende um levantamento quantitativo, a fim de verificar a frequência com que pessoas negras, indígenas, asiáticas e brancas são contempladas, e uma apreciação qualitativa/interpretativa em relação aos papéis sociais e ao modo como os atores sociais são representados (VAN LEEUWEN, 2008) nas imagens presentes nas coleções. O suporte teórico-analítico que embasa o estudo é a Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2016; VIEIRA e RESENDE, 2016 e MELO, 2009), além de referências sobre discurso e raça (VAN DIJK, 2008; FERREIRA, 2019; ENEVAN e JOVINO, 2019; e outros) e sobre decolonização (RESENDE, 2019 e VIEIRA, 2019). Resumidamente, os resultados mostram que, ao longo do tempo, a frequência de algumas raças aumenta sutilmente, enquanto outras se mantém predominante ou apagada; há também aumento da variedade de papéis sociais relacionados a algumas raças, embora muitas representações reforcem/ reproduzam estereotipias, sinalizando alguns avanços e muitos desafios a serem ainda superados para que se possa alcançar uma escolarização verdadeiramente antirracista.
ABSTRACT This article provides a critical discursive analysis of race representation in four collections of Spanish language textbooks to elementary schools in Florianópolis/SC: ¡Adelante! (2002); Saludos (2008); Ventana al español (2011); and Contraseña (2015). The analysis encompasses a quantitative survey, in order to verify the frequency to which black, indigenous, asian, and white people are portrayed; as well as qualitative/interpretative appraisal regarding social roles, and how these social actors are depicted (VAN LEEUWEN, 2008) in the books images. The theoretical and analytical framework for the study is the Critical Analysis Discourse (FAIRCLOUGH, 2016; VIEIRA & RESENDE, 2016 and MELO, 2009), discourse and race references (VAN DIJK, 2008; FERREIRA, 2019; ENEVAN & JOVINO, 2019; and others), and decolonization (RESENDE, 2019 and VIEIRA, 2019). Briefly the results showed that, with time, the frequency in which some races appear subtly increases; while others are predominantly inconspicuous. There is also an increment in the variety of social roles applied to some races, although many of such representations reinforce or reproduce stereotypes; signaling a few advances but also many challenges to overcome in order to achieve a truly antiracist education.